24 de abril de 2013

Porque Não Devemos Salvar Uma Princesa


O Pescador e o Rapaz estavam a andar pela Floresta, procuravam por esta torre e pelas mamas da Princesa. Pois tinham que apertá-las para seguir com a sua vida.
Esta floresta estava cheia de insectos chatos e de castores com raiva. Uma combinação tão apetecível como um despedida de solteiro num lar de idosos.

Ao explorarem esta Floresta infestada de castores com raiva, avistam no horizonte uma enorme Torre de Pedra. A torre ia tão longa, mas tão longa que o nosso par de heróis pensava que estava drogado. Curiosamente, não estavam.

No topo, numa varanda viram uma linda Princesa (pelo que parecia ao longe, também podia ser um sapo com vestido e peruca loira que dava no mesmo).

“Pescador! Olha só ali!” –afirmou o Rapaz.
“Sim, estou a ver. O que é?”
“Como assim o que é?” –reiterou o Rapaz –“É a Princesa! E acho que ela está em perigo.”
“Ai achas? E porquê? Só porque temos que lá ir acima e apalpar-lhe as mamas não quer dizer nada. Aliás, se esta merda não tem elevador é bom que me leves às cavalitas. Que eu não subo porra nenhuma! Tal e qual o meu pénigina.”
“Oh..Pescador! Não sejas assim! Nós estamos agora numa Floresta negra e misteriosa, não é?”. –disse o Rapaz.
“Sim..”
“E a menina está ali em cima numa Torre escura e gigante, fechada numa varanda, sem roupa interior nova. Para sempre condenada a lá ficar!” – comentou inocentemente o pobre miúdo.
“Ai achas mesmo isso oh puto merda? Bem se ela está de facto condenada a lá ficar para sempre, então nós não temos nada que salvá-la, vamos lá, apalpamos e seguimos caminho para a próxima dimensão.”
“Como assim Pescador?”
“Então porra seu balde de cocó fossilizado! Ao salvá-la estamos a mudar todo o conceito de ela estar para sempre condenada a ficar presa! Estaríamos a descondená-la!”
“Descondená-la? Está a falar a sério? Quem és tu? Jeremias, o Inventor de Palavras! Tás armado em Wikipedia? Desculpe Senhor Tarado, mas não concordo consigo.” –afirmou, com algum espanto meu, o jovem Rapaz. Não sei o que vos parece, mas daqui, os tomates dele cresceram 2 metros.
“Oh! Não mudes o assunto Rapaz-Merda. Se ela está ali é por alguma razão  Não tem nada a haver connosco. Vamos lá, apalpamos e bazamos. “ Disse o Pescador, comeou a avançar com o seu dildo para a Torre quando o Rapaz parou-o.
“O Pescador já leu alguma vez um livro para crianças?”
“Eu? Não. E pelo jeito o autor desta história também não, isto é tudo menos um conto para crianças...uma falta de vergonha. Metam-me nos estúdios da PIXAR a ver se me metem cabelo de pastilha elástica com LEGOS e uma cana de pesca com dildos e papel higiénico. Pff.. Mas não nunca li um livro..mas vi os filmes, conta?”
“E pode explicar como são essas histórias?”
“Bem... –disse mexendo no bigode –costumam ser sobre animais que falam como pessoas. Cenas muito maradas se me perguntas.
“E que tal aquelas sobre heróis que salvam princesas? Afinal não é isso que estamos a fazer?”
“Epa sim oh porco. Mas esta não é a nossa Princesa. Temos que salvar a nossa, não podemos perder tempo a salvar todas!”
“Epa, fico chateado. Eu sempre quis ser um cavaleiro charmoso num lindo cavalo branco.”
“Larilas...”
“Feio!”
“Mas tu tás doido? Tens tudo a trabalhar bem aí dentro da tua cabeça? O Presidente da Coerência já está sem mandato?”
“O que ‘stás a dizer?” – perguntou o Rapaz.
“Um  Princípe charmoso num lindo cavalo branco?”
“Que tem oh velho?”
“Aonde tá ele caralho? Oh seu merdas, ela até pode ser uma princesa, mas tu não és um príncipe  Tu és um puto rabeta e ranhoso que, só porque és um puto inocente e puro estás nesta busca. Tu nem sequer és bonito. És asqueroso até! E o cavalo hein? Nem penses que me vais montar como um cavalo oh chupa-trombones. Eu ainda tenho princípios!”
“Princípios? E aquilo que fizeste há bocado?”
“Não sei do que falas” –o Pescador olhou para o lado, tentando mirar o horizonte.
“É, não é? Tu curtiste com um castor! Com raiva!” – vociferou o Rapaz.
“Quem? O Joca?”
“Sim! Joca, o Castor! Estavas todo em cima dele, parecias um palhaço numa festa de tartes.” – o Rapaz imitou o Pescador.
“Eu não te devo explicações seu caralho prematuro. Aborto com pernas!” –o Pecador tá mesmo raivoso ahahahaha! Que tarado.
“Então eu também não devo! Com licença...princesa! ‘Stá a ouvir-me?”
“Que merda...essa é a tua voz de príncipe?” –riu o Pescador.
“Olá? Está aí um príncipe charmoso? Com um cavalo branco?” –disse poeticamente a princesa no topo da sua torre.
“E se eu disser que sim...o que acontece?” –perguntou o Rapaz.
“Bem..então subam e venham me salvar!” –disse a princesa.
“E se formos aí acima para te tocarmos nas mamas, também pode?” –gritou o Pescador.”
“Hein? Não percebi...por favor! Estou condenada a ficar cá para sempre! E sempre e sempre!” –mas que desesperada que ela estava, coitada. E que boas mamas. Se eu tivesse mais vocabulário descrevia-as. Mas como não tenho digo : “Pabuuuum!”
“Então...estás condenada a ficar aí?” –perguntou o Pescador.
“Sim meu querido!” –respondeu a Princesa.
“Pronto! Então não te podemos salvar! Isso mudaria todo o conceito. Vamos aí acima, vamos te apalpar as mamas, quer gostes ou não e vamos para outra dimensão. Aliás, se aí estas, alguma merda deves ter feito. Deves ter sido uma vaquinha ou assim. Uma tarada!” –disse o Pescador.
“Olha quem fala! Tu curtiste com aquele castor!” –respondeu a Princesa.
“Olha a badamerda! Sua porca! 'Tavas a ouvir a nossa conversa! “ –o pescador tá a ficar irritado. Irra!
“E aposto que gostaste! Só para que te diga, o Joca vai com qualquer um. É um oferecido! “ –a Princesa está a irritar de propósito.
“Tu não fales assim do Joca. O que tivemos foi especial caramba. Argh. Oh seu caralho de Rapaz, vamos ali para o elevador de trás, eu vou apalpar as mamas desta moça como se não houvesse amanhã!”
“O Joca é um porco. Se fosse a ti ia testar-me. Deves ter apanhado Jocaide aguda. Essa merda mata!” –disse a princesa.
“Epa oh Pescador. Acho que é melhor testar mesmo . O Joca parece um pouco oferecido sim.
“Cala-te puto que não sabes o que dizes!”

O Pescador e o Rapaz subiram o elevador até à Torre onde apalparam as mamas da Princesa e foram transportados para outra dimensão. O que os espera? Não sabemos, mas o que sabemos é que Joca, O Castor, ficou fechado na mala de viagem do Pescador. Companheiro de viagem ou a história romântica da Viagem do Barco Azul Celeste? Cedo ficaremos a saber!



10 de abril de 2013

Melanco(LOL)lia

Aí está uma cena complicada de fugir. A melancolia tem por norma aparecer quando a manta nocturna desliga as luzes e nos deixa sozinhos num quarto irradiado pelo brilho do computador.

"Só mais um episódio" torna-se a lengalenga do jovem que deixa-se dormir no amanhecer, no início de um novo dia.

Eu escrevo isto porque acabei de passar, de raspão, no cruzamento entre iniciativa  e melancolia. .Os sinais estavam vermelhos para os dois lados, mas acabei por me decidir pela iniciativa e dar um pontapé no cu da melancolia. Toma lá seu ninja da escuridão, eu não quero as tuas merdas para nada. Gosto de unicórnios travestis com varinhas mágicas. Isso é que preciso.

Mas foram dias dificeís. A rotina lisboeta tem destas de apanhar um gajo nas suas linhas de comboio. Somos levados sem controlo da direcção, só paramos quando nos deixam. E quando perdemos o comboio já a oportunidade vai para outro.

Porém a melancolia tem utilidade. Depois do desprezo existencial eu começo a imaginar o quão mais fixe seria ser um treinador de pokemons e andar por aí a voar nas costas de um pidgey! Mas ao entrar no ponto mais oco deste desprezo intervalado por loucura surreal chega-nos uma inspiração:

"Porquê?" Yah, porque raio nos deixamos afectar por dramas e não deixamos que a nossa vida passe de uma novela a uma sitcom? Onde as tragédias são aplaudidas e recebidas com riso, um comentário irónico e parte para o próximo episódio? 

É isso que tenho pensado desde que fui atropelado pelo obeso mórbido da melancolia, que rebolava pelo corredor atrás de mim. Por meses eu enganei-o com vida social. Mas para a malta que percebe disso de física, acho que o gordo, quanto mais embalado vai, mais lixado é para mim fugir.
E quando parece que chegamos a um beco, o balofo esmaga-nos. Mas o beco só lá está se não imaginamos a porta. Até pode ser como na Alice do País das Maravilhas e a porta ser diminuta e temos que beber ou comer algo para lá chegar. Não importa o tamanho da porta, importa a vontade.

Precisamos de mudar o status quo malta estapafúrdia. Andem nus na rua, digam "caralho" aos vossos professores, escrevam os exames de trás para a frente. Entrem na pastelaria e peçam um misto com croissant. Cortem com o calendário. Hoje é Julho e amanhã é Natal. O equilíbrio é para maricas e a melancolia é um strap-on. Metam-se de costas a ignorá-la e ela vai-vos penetrar no rabo com toda a força. Até chorarem e ouvirem vídeos de auto-ajuda no youtube ou merdas parecidas.

E já agora, não andem a choramingar pelo impulso jovem. Eu não preciso de um impulso por decreto, preciso que me dêem a liberdade necessária que aqui a malta jovem faz nascer e acontecer! Agora bora lá Pidgey, tenho que ir ao Continente às compras, upa cabrão, voa! Voa!


4 de abril de 2013

O Mercado de Trabalho ou : Como Eu Aprendi a Deixar de me Importar e Amar O Caos

Há duas coisas que nos dão um pontapé nos rins para dentro da vida adulta como mais nada o faz:

Uma é ir para a tropa. A outra é entrar no Mercado do Trabalho. Esta besta demoníaca de 8 cornos, garras afiadas, dentes gigantes, olhos sanguinários, e uma eterna fonte de estágios não remunerados.



A beleza dos tempos universitários e a ignorância do futuro foram duas coisas que estavam tão dentro de mim como um pervertido dentro de uma boneca insuflável. Durante os tempos académicos, além de rituais ébrios, enchi-me de uma intelectualidade precoce e não fundamentada. Ejaculava facilmente pseudo-teorias e opiniões tão educadas como a linguagem de um gajo da Ribeira do Porto.  Pensar que temos razão não faz de nós génios. Mas há muita malta que pensa que sim.  E eu pensava, além que percebia tanto do mercado do trabalho como percebo do orgasmo feminino. Uma casualidade à qual de vez em quando tropeço.





Só quando saí dessa bolha e dei início ao ritual do "enviar cv's" é que percebi o quanto fora da realidade estava.


Não vou amaldiçoar a pouca actividade laboral que tenho tido. A bruteza e selvajaria do mercado de trabalho fortalece um gajo. Ou reinventas o que és ou o que fazes, ou nem para caixa de supermercado vais. Ninguém te deve nada, nós devemos a todos. Abraçar esta anarquia totalitária (atiro mais conceitos para o ar que um pseudo-comunista) é agarrar os tomates e correr contra o touro. Só o futuro me dirá se tenho jeito para forcado, ou para ser enrabado por um touro raivoso e bi-curioso. Aceitam-se apostas!