21 de junho de 2013

Como descomplicar uma relação amorosa Zombie

Se há coisa que eu percebo é de relações amorosas. Eu tive mais relações amorosas por ano que um coelho ninfomaníaco viciado em cocaína e com problemas de jogo. Sou licenciado em desgostos e em imbecilidades amorosas. Tenho artigos publicados em vários corações e armazenei umas quantas obras no meu.

Além disso já vi todos os episódios do Walking Dead, sinto-me mais que preparado para vos mostrar "Como descomplicar uma relação amorosa Zombie". Assim que o Apocalipse Zombie chegar têm menos uma complicação na vossa cabeça (isso se tiverem cabeça)! Podem agradecer depois não me mordendo.

Eis então:

1- Nunca se ria se caírem os órgãos genitais decompostos do seu cônjugue.

2- Partilhem as crianças. Se o jovem de 14 anos fica para ti, ao menos persegue a moça inocente de 8 e oferece ao teu amor. Tem menos calorias e um Zombie delgado é um Zombie in.

3- Se um Zombie sem olhos olhar para as mamas da tua senhora, não te enerves.

4- Procura uma boa horda de Zombies onde te possas assentar com o teu amor. A vida em sociedade garante mais carne fresca, momentos épicos e horripilantes dignos de um final de temporada e uma vida sexual saudável -reverter ao ponto 1º em caso de dúvida.

5- Quando pedires a sua mão em casamento, não sejas literal. Além de ser uma piada gasta, ela é capaz de não gostar.

6-Tenta não manter apenas a roupa com que ficaste no corpo quando te zombificaste. Um armário variado mostra a tua personalidade, agarra os teus ideais! Expressa a tua individualidade, ela vai ficar doida.

7-Educa-te! Existem mais de 6000 idiomas no mundo. Tenta aprender Zombinglês para uma carreira internacional. Zombifrancês para a cortejar e talvez um pouco de Zombialemão, só no caso de encontrares o Zombie do Hitler e queiras passar por ariano.

8-Nunca coloques as mamas de outro Zombie na tua parceira-zombie, além de pouco ético, as chances de as mamas sincronizarem bem são bastante pequenas... tão pequenas como as mamas da tua parceira.

Ora aqui está uma lista que de facto enriquece a vossa vida após a morte. E acreditem em mim, sou especialista em "matar" relações à distância, o próximo passo lógico é tratar de relações de mortos.

Agora com licença, vou ao jardim de infância buscar jantar para a minha defunta.



19 de junho de 2013

Subir a Alfama, descer até à Praça

Decidir subir a Sé e ainda mais acima até a Alfama numa noite de Santos Populares não é para os fracos. 
Nem falo na aventura de ultrapassar a enorme mousse cultural de pessoas que enchem as ruas como colesterol na veia de um norte-americano obeso "SUPERSIZE ME BITCH!". 
É preciso mais determinação que a maioria, ignorem as sms dos muitos "Espera aí que já vou aí ter!", nunca acontece. Perdem-se na subida com alguma tasca ou loira estrangeira.

E eu decidi subir toda aquela merda.

Enquanto subia, embatia em tudo o que era gente. Há muito tempo que não sentia o toque humano no meu corpo, nessa noite enfrentei uma espécie de toque humano indiferenciado, mãos e rabos espetados contra mim : "Isto foi um apalpão?".

Ao subir e subir senti-me numa cronologia, seguindo e seguindo de etapa em etapa a ver os sucessos e erros que me passaram pelas mãos. Deixava-os para trás afogados em cerveja e fui subindo e subindo até chegar ao topo. 

"Eu lembro-me de ti de algum bar, acho..."

E ao chegar ao topo, o arraial já estava a acabar. Cansado da jornada, abasteci-me e continuei a ver a longa lista de erros e asneiras que ficaram pelo degraus.

Imediatamente desci até à Praça do Comércio, onde, à beira Tejo, vi o Sol nascer, com uma mensagem de um novo dia e uma nova folha branca e pura, pronta para ficar cagada e cheia de rabiscos e notas. 

Humildade faz-nos bem. Tive que experimentar o fado de Alfama para apreciar a luz da Praça do Comércio.