Depois de um ano onde vi as minhas mamas crescerem ao ritmo de um big mac por semana e atingirem a bela de uma copa B, foi altura de voltar à forma física de Adónis que deve reflectir a minha carismática personalidade.
Por mais doce que eu seja também é um exagero cobrir-me de gordura como se fosse uma foca. Mas a verdade é que a receita: trabalho + rotina + felicidade encheu-me mais de calorias que um gelado de amendoins fritos coberto com manteiga derretida e chocolate.
Dito isto, já passou um mês desde que regressei triunfantemente ao Gimmy Gym Jim (vulgar ginásio), reino dos bícipes, país das séries de 15 e terra dos nadegueiros femininos. Uma mistura de suor, orgulho e gritos quasi-ejaculatórios de homens que levantam mais peso que o da consciência de um gajo que comeu a namorada de um amigo.
Entre os míudos adolescentes, mulheres que jamais vão acabar o plano de treinos e os super-gorilas rapados, estou tão desenquadrado do ambiente como o David Carreira está de música. Um ginásio grita TESTOSTERONA e por isso eu fico sempre feliz por levar os meus fones e manter um saudável equilibrío hormonal durante a minha hora e meia de treino.
Mas a verdade é que voltar à forma física superior que é inerente aos meus genes só pode significar que estar desempregado não implica estar desocupado.
Ponto infeliz deste conto é que as minhas mamas desapareceram. Tocar nas minhas mamas era o que tinha de mais parecido com apalpar as mamas de uma caloira peluda. Ficarei agora obrigado a procurar nos meandros de bares rascas e ao som de músíca disco-pop uma qualquer porquita que esteja disponível (leia-se bêbeda que nem um texugo numa festa de despedida que enfiou um tampão ensopado de vodka pelo cú adentro) para abrir o casaco e o soutien. Um sacrifício que todas as mamalhudas deviam fazer quando eu passo na rua. Sempre se pode sonhar.