18 de fevereiro de 2014

Tempestade de merda e esqueci-me do guarda-chuva em casa

Nunca pensei ou ponderei que a melhor cura para mim próprio era não ter tempo para dialogar com o meu consciente. Se eu conseguir dividir-me de mim próprio consigo tirar férias suficientemente grandes para desfrutar dos dias solarengos com uma imperial e uns olhares marotos da loira de olhos verdes do outro lado da esplanada.

A minha consciência é como o amigo que vai engatar erasmus a uma quinta-feira, não come nenhuma, reclama a noite toda enquanto traga jola atrás de cigarro, torna-se deplorável no caminho para casa e depois aparece no dia seguinte a dizer que foi "alta noitada!".  A minha consciência já me tentou enganar mais que uma solteira com filhos. E por mim ela só voltava quando tiver dinheiro para psicanalistas ou uma constante ingestão de whiskey do bom e do velho.

É que o barulho lá de fora cria quietude cá dentro e por outro lado o silêncio exterior torna-se numa tempestade interior de memórias e decisões piores que deixar um caloiro gerir uma tenda de cerveja.

E nem sempre consigo abafar-me com ruído. Sou um surdo com acessos de audição.

Os momentos onde parece que a cidade se move sem nos mexermos, onde vemos entidades humanas impermeáveis umas às outras. Manadas de gnus vestidos de fato e gravata, todos prontos a correr para comutar para dentro do comboio.

Mas o pior sou eu.

Ouvir o meu diálogo interno é como uma gigantesca gaivota com diarreia depositar enormes pedragulhos de bosta em cima de um carro acabado de lavar. E custa um pouco a sair se deixarmos aquilo tempo suficiente ao sol a secar.

É isso que a merda faz e nós deixamos fazer. De vez em quando raspamos a trampa do capot do carro, mas na verdade esperamos é que chova para aquilo sair.

Mas a merda não sai sozinha. É preciso fazer força e descarregar o autoclismo logo de seguida. E se for muita merda junta, a porcaria da sanita entope, e acaba por sair mais merda do que a que inicialmente cagámos.


Preciso de papel higiénico extra-suave  perfumado.


1 de fevereiro de 2014

Está frio

Os meus dedos estão a tiritar mais que a vagina de uma velha profissional do amor vergonhoso varrida por chatos nos pêlos púbicos.

Tremo mais que um adolescente dopado vindo do Boom Festival.

Se o frio faz crescer o carácter então eu quero ser um concorrente da Casa dos Segredos 5.

Tudo isto são idiossincracias do frio físico e simbólico que me rodeia. O que são idiossincracias? Não sei, mas fica bem nesta estrutura frásica. O que é uma estrutura frásica? Não sei, mas fica bem com a minha verborreia negligente. Sou um cirurgião de palavras e conceitos que não acabou o primeiro ano de medicina.

Mas a verdade é que a temperatura está a descer níveis tão baixos que acho que já posso chamar a mãe do frio de uma cadela cigana emporcada por estrume humano.

Alguém avisa o governo para baixar os impostos e não a temperatura? Algo me diz que isto é tudo culpa deles, aliás é sempre. Tem que ser, desde quando um regime representativo tem algo a ver connosco?

Mas a culpa é deles. Filhos de uma porca vesgueta viciada em Bingo.

Vou arranjar uma lareira e alimentar o fogo com vagabundos. Sai mais barato e dá para descontar no IRS disse-me um amigo contabalista sem-alma. vendeu-a dele porque podia declarar como gastos profissionais. Isso existe? Espero que sim.

Espero que o clima mude para algo mais caliente. Quero dançar o mambo, usar t-shirt e engatar raparigas meio intoxicadas pelo alcóol e meio confusas da insolação. A solução para a minha desolução.

PS: No Pólo Norte um Homem de Neve tentou violar-me. Então dei-lhe um pontapé nas suas bolas de neve.