10 de abril de 2013

Melanco(LOL)lia

Aí está uma cena complicada de fugir. A melancolia tem por norma aparecer quando a manta nocturna desliga as luzes e nos deixa sozinhos num quarto irradiado pelo brilho do computador.

"Só mais um episódio" torna-se a lengalenga do jovem que deixa-se dormir no amanhecer, no início de um novo dia.

Eu escrevo isto porque acabei de passar, de raspão, no cruzamento entre iniciativa  e melancolia. .Os sinais estavam vermelhos para os dois lados, mas acabei por me decidir pela iniciativa e dar um pontapé no cu da melancolia. Toma lá seu ninja da escuridão, eu não quero as tuas merdas para nada. Gosto de unicórnios travestis com varinhas mágicas. Isso é que preciso.

Mas foram dias dificeís. A rotina lisboeta tem destas de apanhar um gajo nas suas linhas de comboio. Somos levados sem controlo da direcção, só paramos quando nos deixam. E quando perdemos o comboio já a oportunidade vai para outro.

Porém a melancolia tem utilidade. Depois do desprezo existencial eu começo a imaginar o quão mais fixe seria ser um treinador de pokemons e andar por aí a voar nas costas de um pidgey! Mas ao entrar no ponto mais oco deste desprezo intervalado por loucura surreal chega-nos uma inspiração:

"Porquê?" Yah, porque raio nos deixamos afectar por dramas e não deixamos que a nossa vida passe de uma novela a uma sitcom? Onde as tragédias são aplaudidas e recebidas com riso, um comentário irónico e parte para o próximo episódio? 

É isso que tenho pensado desde que fui atropelado pelo obeso mórbido da melancolia, que rebolava pelo corredor atrás de mim. Por meses eu enganei-o com vida social. Mas para a malta que percebe disso de física, acho que o gordo, quanto mais embalado vai, mais lixado é para mim fugir.
E quando parece que chegamos a um beco, o balofo esmaga-nos. Mas o beco só lá está se não imaginamos a porta. Até pode ser como na Alice do País das Maravilhas e a porta ser diminuta e temos que beber ou comer algo para lá chegar. Não importa o tamanho da porta, importa a vontade.

Precisamos de mudar o status quo malta estapafúrdia. Andem nus na rua, digam "caralho" aos vossos professores, escrevam os exames de trás para a frente. Entrem na pastelaria e peçam um misto com croissant. Cortem com o calendário. Hoje é Julho e amanhã é Natal. O equilíbrio é para maricas e a melancolia é um strap-on. Metam-se de costas a ignorá-la e ela vai-vos penetrar no rabo com toda a força. Até chorarem e ouvirem vídeos de auto-ajuda no youtube ou merdas parecidas.

E já agora, não andem a choramingar pelo impulso jovem. Eu não preciso de um impulso por decreto, preciso que me dêem a liberdade necessária que aqui a malta jovem faz nascer e acontecer! Agora bora lá Pidgey, tenho que ir ao Continente às compras, upa cabrão, voa! Voa!


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