26 de fevereiro de 2012

Hoje é Facebook, amanhã é Amor

Oh-La-Ri-La-Lé! Todos de pé! Eu cheguei e venho trazer comédia aos vossos corações. Encher-vos de piadas, de trocadilhos inteligentes e de humor. Humorar-vos, diria-se.

Hoje decidi falar da minha vida amorosa e do facebook. Porquê? Porque ambos são vazios de conteúdo e de x em x meses têm uma cara nova, mas acaba por ser sempre a mesma merda.

Tenho estado a considerar a minha vida amorosa e quando digo considerar falo de passar noites em branco a amaldiçoar toda e qualquer relação amorosa que já passou por mim e pelo meu Carlos Henrique.

Ultimamente já nem sei o que significa ter uma relação amorosa. Lentamente fui substituindo o doce toque de uma gaja pelo artificial, mas macio, toque do lenço de papel, papel higiénico para outros.

A mulher do Pingo Doce já tem vindo a estranhar o consumo exponencial de papel higiénico dupla-folha ultra-suave. Disse-lhe que arranjei um velho idoso senil como animal de estimação.

De modo a amaciar o meu coração-de-papel decidi considerar esses encontros nocturnos como as minhas "relações amorosas". Porque, naturalmente, essas relações acabam da mesma forma que as outras acabam. Descarregadas pela sanita abaixo.
A minha ideia de uma relação de longa distância é tentar acertar na sanita a 3 metros de distância com o lenço enrolado. O sémen dá-lhe uma consistência mais sólida.

E o Facebook? Porque está ele no título deste post? Porque, como os telemóveis, o facebook tornou-se numa ferramenta de não-comunicação. O facebook é o fim de uma relação de amizade. Não das amizades fortes mas das amizades light. Tudo o que queremos saber dos nossos amigos light está no facebook.
Já não temos nada para perguntar. Sabemos onde trabalha, onde vive, se é solteiro, se tem filhos, como está de aparência. Já não dá para comentar " Uau, mudaste tanto!". Yah, acabaram-se as surpresas.

E todas estas questões eram aquelas que fazíamos quando encontrávamos o dito amigo. Já não há razões para o convidar para um café. A única razão que encontro é se queremos uma análise profunda e um comentário a essas situações. Assim tipo o Marcelo Rebelo de Sousa.

Não me chega saber que és casado, quero saber os teus pensamentos sobre tal.

Obviamente que esta teoria esbarra numa parede quando se considera que a maior parte das pessoas não quer saber assim tanto da outra. Logo, o facebook é suficiente para nos mantermos a par.

Mas eu adorava que o Marcelo Rebelo de Sousa fosse comentar a minha vida. Teria 10 minutos para enunciar, com a maior precisão, que a minha vida é uma merda. Não é uma merda comparado com milhões de outras pessoas que passam por situações mesmo más. Não sou idiota a esse ponto, mas que, tendo em conta as minhas aspirações e desejos, é uma valente merda.

Tou cheio de merda guardada. E acho que gostaria de ter era alguém com quem partilhar a minha merda. Tenho caixas e caixas de merda e ninguém a pega. Sem ser o velho senil que é o meu animal de estimação. Adora pegar na minha merda e atirar contra as paredes.

Pensando bem, eu acho que é isso que é uma relação, não acham? Não o velho senil a atirar merda contra as paredes mas ter alguém com quem carregar a nossa merda. Alguém disposto a ajudar a transportá-la e, quiçá, transformá-la em algo de bonito, se tivermos sorte.
Eu ajudo-te a carregar a tua merda se tu ajudares a carregar a minha porque, efectivamente, nós somos todos passados dos cornos. Apenas queremos que aturem as nossas merdas.

O problema é que muitas vezes acabamos por casar com uma pessoa que não atura merdas de nós. E aí ficamos todos cagados. Sozinhos. Sempre.

Ca granda merda.

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