8 de maio de 2012

A Viagem do Barco Azul Celeste


O Pescador Que Usava Uma Saia – Parte 1 de 2

Se era pela curiosidade ou se era pelo puro aborrecimento o Rapaz não o sabia. Mas a verdade é que os miúdos andavam a contar histórias de um Pescador-Mulher, um Senhor-Senhora Barbudo, que amaldiçoava todos os diabretes que lhe atiravam com tartes fora do prazo.,“Eu tenho estima por tartes saborosas!” vociferava o Homem-Mulher, “Mas estas tartes fora do prazo são maléficas para as minhas tripas!”.
 
Os miúdos cantavam poemas e criavam pequenos jogos com base nos contos do Homem-Mulher Barbudo. “Que emoção!” pensava o Rapaz. “Como pode algo tão esquisito e assustador existir e manter uma perfeita combinação de pêlos faciais e terror e não ser um qualquer ideólogo Marxista?” .
Estas histórias foram aumentando e aumentando de intensidade até que o Rapaz não aguentava mais. Ele tinha que descobrir este ser que possuía um pénigina (a mistura de pénis com vagina). Quem seria este Pescador?

O Rapaz meteu a sua Game Boy Color e Pokemon Silver numa mala, juntamente com um pacote de Oreos, dois Um Bongo e uma tarte acabadinha de fazer como presente para o ser mutante abandonado por Deus.

O caminho foi curto mas doloroso. Durante todo aquele tempo um Mosquito licenciado em Marketing e Publicidade tentava sugar a alma ao pobre Rapaz com anúncios da Coca-Cola e Cola UHU. O Rapaz ficou tão confuso com o discurso deste Mosquito que bebeu a Cola UHU e tentou colar páginas do seu caderno com Coca-Cola. Desinformação faz disto.

Saltando e cantarolando uma música que ouviu pelo caminho na sua rádio do Pokemon Silver (era algo como “Tup-Tup-PI-PI-PI-PAM-PAM-Tup-Tup”, uma fantástica sinfonia, uma tour de force magistral de tamanhos epopépicos que levaria o pequeno coração do Rapaz a arrebentar de satisfação.
As raparigas que apanham o Rapaz a dançar gozavam com ele, insultavam o vigor e tamanho do seu pénis e acusavam-no de pertencer a uma outra orientação sexual. Coisas que o Rapaz prontamente esqueceu e continuou com a sua dança larilas pelo caminho.

No fundo do horizonte, o Rapaz reparou que estava um horizonte. Ao lado estava uma cabana velha e escura, jazia ao lado de um rio de água clara. Também jaziam quatro palhaços que, pela aparência, foram mortos com pistolas de água. Também jaziam todos os antigos vencedores do Ídolos de Portugal, todos eles acompanhados por sonhos desfeitos.

O Rapaz, amedrontado, aproximou-se da porta assustadora da cabana e bateu três vezes!!! E NEM MAIS UMA VEZ! Espera... afinal depois bateu outra vez, bateu quatro. Sim quatro vezes. Não... esquece, o puto bateu outra vez, foram cinco vezes. CINCO VEZES E NEM MAIS UMA VEZ! Ok, o cabrão do miúdo bateu outra vez, já são seis! A sério quem é que bate à porta seis vezes de seguida? Dá tempo pá.
Enfim... SEIS VEZES E NEM MAIS UMA VEZ! Depois um horrível silêncio abateu no cenário e um passo vagaroso começou a aproximar-se da porta. O Rapaz segurou-se a um palhaço morto como escudo, tal não era o seu medo.

Então alguém abriu a porta! Um senhor idoso. Um pescador que usava uma saia roxa  fascinante. Mas que maravilha! Os seus pés usavam sandálias Croc.  Tudo nele era mau gosto. O seu cabelo era feito de peças Lego e pastilha elástica Gorila.
Empunhava uma cana de pesca feita de dildos e rolos de papel higiénico, uma combinação aliciante e mirabolante. O Rapaz ficou admirado por ver tamanha estranheza num homem com barba e mais uma vez não ser um ideólogo Marxista.

A Viagem continua na próxima semana, na parte 2 de 2 d'O Pescador Que Usava Uma Saia. Como será o encontro entre o rapaz e o velho pescador? Que histórias e revelações sobre o seu pénigina? Será o Rapaz molestado? Será que o Pescador vai gostar da tarte?

Venham ler na próxima semana!!! 

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