21 de abril de 2014

Apanhei o autocarro hoje

Um autocarro passa pela vida mais depressa. Pela vida que está lá fora. Enquanto a nossa mantém-se segura e calma. Pouco periclitante, lá dentro.

Tudo passa depressa, tudo passa rápido. Aquando umas paragens foco nos pormenores do casal que discute na rua. Da mãe que tenta colocar o filho quieto dentro do carro. Não sou o único.

Todos que estamos dentro do autocarro estamos a partilhar um momento, e não os conheço. Quase como as minhas muitas curtes de uma noite. Partilhamos um momento, e não as conheço. As caras delas tão sólidas na mente como uma estátua de chocolate ao sol.  Um momento único, não por ser especial, mas por ser finito numa só vez. Não há romance, não é preciso. Já muito faço por romanticizar ou mencionar numa prosa disconecta.

E estamos no autocarro, parados. E a vida corre à nossa volta. Todos desejosos de chegar à nossa paragem, que nunca está realmente perto de onde queremos ir.

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